11 de jun. de 2015

#1 Cafezinho com Darlison Pontes


Para iniciar, Darlison, apresente-se e conte-nos um pouco sobre sua escolha pela Economia.

Darlison Pontes, 25 anos, natural do Ceará, graduando em Economia pela  Universidade Federal de Alagoas, Campus do Sertão, Unidade acadêmica de Santana do  Ipanema, Diretor de Comunicação do Centro Acadêmico de Economia – CAECO e Gestor Financeiro da Secretaria de Educação de Santana do Ipanema.
Escolher cursar economia foi uma decisão simples, apesar da gama de cursos existentes espalhados pelos diversos centros de ensino brasileiros. O amor pelo cálculo e acima de tudo a busca por alternativas de melhorias socioeconômicas para a população me fizeram optar pelo curso. Ajudar a erradicar a pobreza, diminuir a desigualdade social, aumentar a expectativa de vida da população, entre outros fatores são os anseios de quem deseja contribuir com a sociedade, e assim me incluo. Por mais que seja um curso que ainda esteja ganhando espaço em todas as esferas, a economia sempre se mostrou ser fundamental.

É evidente que o Brasil tem apresentado índices negativos sobre seu crescimento  econômico e isso tem desgastado a população. Pergunto, é possível enxergar uma solução ou isso ainda está além do horizonte? 

Na verdade eu não enxergo índices negativos, o que vejo são crescimentos reduzidos em comparação com outros períodos. O Produto Interno Bruto – PIB brasileiro, por exemplo, nesses últimos anos não foi negativo, porém a cada ano o PIB vem apresentando uma redução, deixando claro assim que não se pode descartar uma recessão. É evidente que a economia vem apresentando baixo crescimento, onde você tem uma redução do consumo por parte da população nos últimos tempos que se ver em um cenário de incertas econômicas, uma redução da produção industrial, uma redução das exportações e uma dependência cada vez maior das importações que afetam a balança comercial, você tem uma taxa Selic abusiva que afeta os investimentos e acima de tudo a dívida pública e vários outros fatores que de certa forma tem desgastado a população porque a mesma começou a se engajar mais em assuntos socioeconômicos.
É possível sim enxergar uma solução, contudo 2015 será um ano em que a economia brasileira se manterá estagnada, onde o Brasil terá um “PIB flat”, ou seja, próximo de zero. As políticas contracionistas como redução dos gastos do governo atrelada ao aumento dos tributos, exclusão dos subsídios à indústria e ao setor elétrico, são uma solução que já esta em vigor. O valor dos repasses do governo para os estados e logo para os municípios reduziram em grande escala forçando assim aos governantes reajustar os recursos recebidos ao seu orçamento. 

Mediante as últimas decisões do Palácio do Planalto sobre apertar os cintos e economizar onde for possível, pode-se afirmar que há um certo "desespero" ou o governo está se preparando para o pior?

O que eu enxergo é que o governo quer contornar um erro que foi eminente nesses últimos quatro anos do Governo Dilma Rousseff, que foi a questão dos gastos públicos e da corrupção. Não vejo como um desespero e sim como uma precaução para que economia não ande mais ainda para trás. O setor público brasileiro no ano de 2014 apresentou um grande rombo financeiro que acabou inviabilizando atingir a meta do superávit no ano. Uma vez que a nação apresenta um aumento dos gastos públicos como aconteceu em 2014 sem que ocorra concomitantemente a elevação da arrecadação, o país acaba que ficando numa encruzilhada sem que possa assim fechar suas contas. A decisão de apertar os cintos e economizar reafirmo que é uma precaução e uma medida claro, que visa o crescimento da economia brasileira.

Quais medidas são cruciais para que o desenvolvimento do país não estagne ou regrida?

A estagnação já é evidente e esperada por vários economistas. Os principais bancos já falam em uma redução de suas projeções para com o crescimento econômico de 2015, assim como, economistas de instituições financeiras que defendem o crescimento nulo do Brasil. O que coloco aqui em questão e que me assusta é uma possível estagflação brasileira como ocorreu décadas atrás e não uma estagnação. Resumindo, a estagflação é caracterizada pela redução da atividade econômica aliada ao aumento do desemprego e da inflação. É um processo raro e difícil de se acontecer, mas em nenhum momento descartarei o Brasil chegar a esse ponto, apesar de Tombini defender que o Brasil está 
longe dessa realidade. O crescimento do Brasil esse ano será nulo e as políticas adotadas pelo governo objetivando o equilíbrio das contas, a redução da dividida pública, o superávit primário e etc, estão sendo fundamentais apesar de estarem causando grandes repercussões negativas pelo momento negativo em que se encontra principalmente a política nacional.

O país está em crise econômica? Qual a perspectiva para uma solução?

Eu enxergo mais uma crise política do que necessariamente uma crise econômica, apesar de sim existir uma desaceleração no ritmo de empregos formais no Brasil e os governantes junto com o Banco Central defenderem que o Brasil esta com menor nível de desemprego de todos os tempos, de existir uma queda da produção industrial, redução da oferta de crédito, redução do consumo, redução do investimento, eu enxergo que o Brasil não vive necessariamente uma crise econômica como ocorreu em 2008, por exemplo, apesar desta de ter características globais. O Brasil está em processo de transição e sofrendo com suas políticas fiscais mal elaboradas. A perspectiva é que essa transição se prolongue até 2016 e que a crise econômica não seja necessariamente uma crise e que as atuais políticas em correção as políticas adotadas no período 2010-2014 possam ser revertidas e se transforme em crescimento e desenvolvimento acima de tudo.

Para finalizar, quero que deixe suas conclusões e algumas palavras para os leitores.

O momento atual do Brasil é de dificuldades, onde você encontra de um lado uma economia frágil e diminuta e do outro lado você encontra o setor político em crise, manchado pela corrupção e pelas desavenças no planalto. Esse é o retrato do Brasil atual, a base sólida defendida pelo nossa presidenta, não existe, e se existe não esta evidente. Para que o Brasil volte a trilhar o caminho do crescimento e do desenvolvimento muita coisa tem que se mudar e quando falo de mudanças estou falando da conjuntura. Por fim saliento que algumas medidas micro e macroeconômicas tomadas nos quatro anos do governo Dilma foram errôneas e todas as medidas que estão sendo tomadas atualmente é uma correção de um erro que vem custando caro para o brasileiro. No mais quero deixar um grande abraço a todos os leitores e que vocês possam acompanhar sempre os fatos econômicos do Brasil, porque uma população com conhecimento é capaz de mudar uma sociedade.

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