15 de set. de 2014

A Hegemonia Masculina e a Saúde do Homem


A hegemonia masculina é caracterizada por uma masculinidade idealizada, na qual, o homem é centralizador do poder e dominante sexual. Nas sociedades ocidentais contemporâneas, a masculinidade se constitui por crenças, atitudes, e práticas. Essa hegemonia está relacionada a um conceito arcaico do que é ser homem, onde se enfatiza a virilidade, força, resistência, moral controle e heterossexualidade. 

Neste contexto de masculinidade hegemônica, as práticas de saúde são interpretados como ato de fraqueza, vulnerabilidade e feminilidade. Assim, ocorre uma resistência na procura por assistência médica. Também está associado o pensamento machista de que a busca por serviços de saúde, principalmente primário, é típico de mulher. Por outro lado, há a questão das exigências das rotinas de trabalho, fazendo com quem uma possível busca dos homens pelos serviços de saúde seja adiada.

Esta reduzida procura por serviços de saúde não é resultado exclusivo da não preocupação dos homens. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), não há disponível um programa específico de atenção à Saúde do Homem. Resultante disto, ocorre essa falha de comunicação e interação entre os serviços de saúde e o público masculino. Ainda está associado o fato de não haver uma organização e sistematização para prestar a devida assistência.

Grande parte dos homens não costumam priorizar os cuidados com a saúde e isso associado com os outros fatores da masculinidade idealizada supracitados, pode explicar o índice da procura dos homens somente por serviços de emergência. Pode-se adicionar também, o incômodo dos homens em se sentir no papel de doente, passivo e necessitado de cuidados.

A problemática sobre a Saúde do Homem é mais complexa do que parece, relacionando-se vários para sua resolução. Dentre eles, está a necessidade de capacitação profissional especializada à este público, organização do setor primário, no que se refere a estruturação das Unidades e sistematização do serviço. O interesse político é fator crucial para a resolução qualitativa e quantitativa. Porém, não se deve deixar de considerar o aspecto cultural da masculinidade, definida como enorme barreira contra mudanças.


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